NA BEIRA DO FOGO
Atansa
Atansa
Sentado à beira do fogo,
Encarangado de frio.
Mateando solito ...
A noite chegando...
O céu tá limpo vai dar geada.
Geada branqueando os campos e os
meus cabelos,
Aqui, no meio da fumaça olhando
as labaredas,
Lembro das campereadas no gelo do
amanhecer.
Caraminholando na minha cabeça...
A fumaça arde nos olhos...
Vejo tudo que passei nesta vida de Deus.
Dias alegres e dias tristes.
Muita labuta nesses anos todos.
Desde minino, trabalhando,
Muitos cavalos passaram pelas
minhas mãos,
Zainos, brancos, pretos,
tordilhos e rosilhos.
Até a égua baia do patrão,
O petiço, das crianças.
Todos, eu que amansei.
Bah. Não tem conta!
Ontem eram os óios que doía.
Mas o inverno ainda dura um eito
Tem mais é que esquentá.
Passa na minha cabeça a tropilha
dos matungos,
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