segunda-feira, 22 de setembro de 2014

NA BEIRA DO FOGO



              NA BEIRA DO FOGO            
Atansa

Sentado à beira do fogo,
Encarangado de frio.
Mateando solito ...
A noite chegando...
 O céu tá limpo vai dar geada.
Geada branqueando os campos e os meus cabelos,
Aqui, no meio da fumaça olhando as labaredas,
Lembro das campereadas no gelo do amanhecer.
Caraminholando na minha cabeça...
 A fumaça arde nos olhos...
 Vejo tudo que passei nesta vida de Deus.
Dias alegres e dias tristes.
Muita labuta nesses anos todos.
Desde minino, trabalhando,
Muitos cavalos passaram pelas minhas mãos,
Zainos, brancos, pretos, tordilhos e rosilhos.
Até a égua baia do patrão,
O petiço, das crianças.
Todos, eu que amansei.
Bah. Não tem conta!

 Ontem eram os óios que doía.
Mas o inverno ainda dura um eito
Tem mais é que esquentá.
Passa na minha cabeça a tropilha dos matungos,

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