sábado, 2 de agosto de 2014

POEMA DA GARE DA ASTAPOVO

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos

E foi morrer na gare de Astapovo!

Com certeza sentou-se a um velho banco,

Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso

Que existem em todas as estaçõeszinhas pobres  do mundo,

Contra uma  parede nua...

Sentou-se ...e sorriu amargamente

Pensando que

Em toda a sua vida

Apenas restava de seu a sua Glória,

Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas

Coloridas

Nas mãos esclerosadas de um velho caduco!

E então a Morte,

ao vê-lo tão sozinho àquela hora,

Na estação deserta,

Julgou que ele estivesse ali à sua espera,

Quando apenas sentara para descansar um pouco!

A Morte chegou na sua antiga locomotiva

( Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)

Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,

E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...

Ele fugiu de casa...

Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...

Não são todos os que realizam os velhos sonhos de infância!

                           ( Mario Quintana )

Na estação deserta

e


domingo, 27 de julho de 2014

Bailando ao Luar

A lua prateava a noite,

Vinha do mar uma bruma intensa,

Um perfume de flores irradiava no ar

Ouço ao longe uma suave música,

Vejo os dois dançando, dançando,

Vestidos de branco surgiram as nuvens,

Dançando...dançando...dançando...

Ele a enlaça junto ao seu corpo.

Esquecidos do mundo,

Sorriso lindo nos olhos.

Os corpos unidos parecem um só,

Alheios ao mundo, rodando, rodando,

Dois passarinhos revoando, revoando ...

A vida passa, não sentem.

Bailam juntinho.Os corações

Batendo ao mesmo compasso.

O perfume dos seus corpos envolvendo o ar.

A música enlevando os corações.

Sumiam na névoa...surgiam novamente

Dois anjo bailando

Ao som da música da vida.

Bailando,bailando...sumiram na bruma.

Desapareceu o perfume...

A música cessou...

E os  bailarinos as ondas levaram.

Acordei foi um sonho.

Não tem perfume,

Não tem mais bailado.

 

  Atansa