sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MARIA



                                                

            MARIA

Sentada numa pedra lá em cima no costão.

De onde se avista ao longe o horizonte.

Maria fica sentada numa pedra,

Como é grande, esse mar.

O que tem de lindo tem de traiçoeiro.

Maria sobe ao costão para esperar o seu amor,

Como faz todas as tardes.

Ela fica olhando as ondas que vão, que vem .

Espumas brancas batem nas pedras.

Mas ela parece que não vê,

Só fica pensando na vida.

Nem o murmúrio das ondas a desperta.

Ela só quer olhar para longe para esperar o seu seu amor.


Maria olhando as ondas que vão  que vem.

Sãos os gemidos das ondas batendo violentamente nas pedras.

Espumas brancas formam desenhos,

São flores são animais, são rostos,que rapidamente desaparecem.

Mas ela não vê. Só pensando...esperando e esperando.

Ao longe lá no horizonte surge um  pontinho preto.

Vai crescendo, até que chega a beirada praia.

Maria desce correndo para encontrar o amado

O pescador pega suas tralhas,abraça a mulher,

Vão caminhando pela orla da praia.

Mas Maria  fica pensando...

Lembrando quantas vezes ele fizeram isso.

Outras chegadas de Manuel. 

Anos e anos!

Como eles eram felizes.

Agora ela vive só de lembrança e de esperar em vão,

Eram felizes, cheios de sonhos,

Como todos os enamorados

O samburá cheio,

A batera vazia.

Seguiam abraçados,

Ele quase a carregava nos braços,

Manuel era um pescador forte,

Ela miudinha quase uma menina,

Seus cabelos crespos rebeldes sempre esvoaçando.

Caminhando pela beira do mar.

As ondas batendo em seus pés descalços,

Vão andando de mãos dadas,

Olhos nos olhos, são felizes.

A brisa agita seus cabelos sacode a sua saia,

A mão dele ao redor da cintura dela.

Correm na praia chutando a areia, como crianças,

São felizes e se amam.

A vida é bela!

Maria olha ao longe ,só o verde do mar eo azul do céu.

Mas Maria espera... espera... espera...

O dia está indo.

O sol está baixando e o mar ficando dourado

São os reflexos do sol se despedindo do dia.

Começa a anoitecer.as Maria espera...espera... espera

Ela lembra que eles não tinhampressa.

Eles tinham todo o tempo do mundo.

Para se amarem.

Maria olha para a praia.

Eles andam devagar, não tem pressa.

Brisa domar balança sua saia e seu cabelos.

Segurando as maos dela com carinho.

Às vezes beijavam-se.

A voz e o cheirinho do mar acompanha os dois.

Lá no canto das pedras sentam. O silencio entre os 
dois.

Muitas vezes usaram esse recanto para ficarem agarradinhos,

Somente os corações batendo um contra o outro,

Uma tarde começou uma garoa fria. Ele abraçou-a juntinho do 

corpo pra aquecê-la, as respirações mais nervosas, o calos dos 

corpos unindo-os mais.

Maria olha para o mar.

Todos os barcos já voltaram.

Mas o que ela espera não voltou.

Ela sabe que o mar bravio levou.

Contra a fúria do mar nada pode ser feito.

 Não volta mais.

Maria continua sentada na pedra a esperar.

Lá está Maria.

Enlouquecida de tristeza.

Enlouquecida de amor.

Amanhã ela volta...

Assim até o fim de seus dias.

Porque o AMOR não acaba,

Muito na esperança.

É a vida da mulher do pescador.

Esperar, esperar.

Muitas vezes sem volta.


Atansa





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