quinta-feira, 17 de julho de 2014

A máquina de tirar retratos



Era o máximo do modernismo naqueles tempos, ter uma máquina de tirar retratos.

Lá em casa a minha mãe tinha uma Kodak. Era uma caixa preta com um olho bem no centro e uns botões para tirar o retrato (nada dessa modernidade de FOTO ).

Até que tirava umas fotos bem boas, pois tenho muitas até hoje.

O problema era que usava filmes e depois precisavam ser revelados.
Então levava a um fotógrafo para revelar as fotos, que na maioria das vezes queimava a metade. 


O mais triste era a hora da pose para ser fotografado.

-Não te mexe senão fica tremida a foto.

Então a gente ficava firme que nem uma estátua.

Eu detesto ser RETRATADA e naquela época muito mais.

Mas vivíamos tirando fotografias, era com bonecas,

no rio, nadando no poço redondo, andando a cavalo.

Eu ficava sempre com cara de emburrada e o meu irmão sempre debochando,

Como precisava sempre levar o filme na cidade para revelar, a minha mãe resolveu fazer ela mesma o trabalho Depois de muitas tentativas e muitas fotografias de diversas cores, a futura profissional da fotografia desistiu e voltou a levar as fotos para o seu Francisco.  Agora só em museus a gente encontra a MODERNA  máquina de tirar retratos Kodak.

Hoje bater fotos é uma moleza até as crianças batem e já vê o resultado na  hora.

Antigamente era uma cerimônia.

Agora vamos sentar para bater a foto: Não se mexam!

Ficava todo o mundo perfilado,

Aí às vezes dava errado: Vamos ter que bater novamente máquina tremeu.

Hoje eu acho que era divertido.

Mas na época, não achava, não.

Mas graças a velha Kodak de caixa temos muitas lembranças do passado.

Obrigada velha amiga.

Através dos teus retratos hoje contamos a nossa história.

                           Atansa

Nenhum comentário:

Postar um comentário